domingo, janeiro 20, 2008

Alemanha, uma país esquisito

Depois de estar 40 dias cruzando a Alemanha de norte a sul e de leste a oeste, temos que manifestar alguma das nossas estranhezas: os alemães são um povo muito estranho. Não queremos gente assim no Rio e em São Paulo para tolher o nosso cotidiano animado e esperto.

Listamos a seguir atitudes escandalosas e deformadoras que eles adotam:

  • Os metrôs da Alemanha não têm catraca; se você quiser você compra o bilhete, mas não há ninguém a quem possa mostrá-lo. Ninguém se interessa por isso, se você comprou ou não o bilhete: vê se pode…

  • As bicicletas ficam soltas nas ruas, com cadeado, mas sem estarem amarradas a nada. E eles ainda construíram um monte de ciclovias em que só bicicletas trafegam.

  • Incrível: os alemães param nos sinais vermelhos a qualquer hora, mesmo de madrugada, quando não há qualquer carro vindo com o sinal favorável a ele.

  • Pedestre nenhum atravessa uma rua enquanto o sinal não ficar verde para ele. Ficam ali, de bobeira, enquanto o mundo roda.

  • Não há limite de velocidade nas estradas (apenas uma recomendação para não ultrapassar 130 km/h). Ah, e desperdiçam cimento, porque as estradas têm 70 cm de espessura de puro concreto.

  • E tem mais: nelas, todos os carros andam na pista da direita, e as à esquerda ficam livres para os carros mais apressados. Um espanto de desperdício.

  • Neste país esquisito, os caras têm mania de estudar. Para se adquirir a carteira de motorista passa-se quatro anos numa escola, que, para os jovens, é parte do colégio.

  • O governo que essa gente elege não cobra pedágio e está sempre fazendo obras nas suas estradas ociosas, modernizando-a mais ainda, não se sabe para quê, nem com que dinheiro.

  • A periferia de todas as grandes cidades são desperdiçadas com jardins e florestas improdutivas, ao invés de destiná-las a usos mais racionais, como lixões, por exemplo.

  • Os caras fabricam uns carrões, tipo Mercedes, BMW, Audi, etc, e ainda importam uns Rolls-Royce, Bentley, Ferrari, etc, não blindam nenhum deles e ainda os deixam nas ruas à noite. Tem malucos cujos carros, conversíveis, ficam ali, em qualquer lugar – exceto sobre calçadas, não sei por quê –, estacionados de capota recolhida…

  • Essa é incrível: os caixas automáticos dos bancos ficam nas calçadas! Sem ninguém tomando conta, e funcionam dia e noite. E entra dia, sai dia, nenhuma desaparece.

  • A gente saía à meia-noite para passear na praça e não via nenhum assalto para quebrar a monotonia.

  • O que de repente desaparece nas cidades são os carros. Eles vêm vindo, vêm vindo, e, de repente, no meio do quarteirão, eles dobram à direita e somem. Disseram-me que somem em edifícios-garagem ou em garagens subterrâneas.

  • Os jornais do dia ficam empilhados ao lado de uma caixinha com uns dinheiros… Você acredita: o cara vai lá, pega um jornal e põe mais dinheiro na caixinha. E ninguém só pega o jornal nem ninguém leva a caixinha.

Que gente esquisita! Ainda bem que a excursão acabou e estamos voltando para a nossa civilização.

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